sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Nosso Rio

Mesmo que os sonhos atirados com os seixos
Não se realizem
Por não circularem em anéis prateados.

Mesmo que a aragem que envia ao nosso rosto
Nos faça chorar.

Mesmo que se vislumbrem
Só disformes fantasmas
Que caminham nas suas margens.

Mesmo que já não se oiçam risos
Nem beijos sublimes
Em lábios entrelaçados na folhagem.

Mesmo que as margens recuem
E mostrem toda a podridão
Escondida no leito.

Mesmo que a destruição nos sufoque.

Mesmo que os salgueiros gritem
E já não tenham sombra para nos abraçar,


É o nosso rio!

                                          Eugénia Edviges



Um abraço saudoso

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