terça-feira, 26 de julho de 2011

Dia dos Avós 2011

Hoje comemora-se o Dia dos Avós. Não posso deixar de prestar homenagem a uma avó que já não está entre nós:

LACUNA


Fazes-me falta
Quando em dias de tristeza
Penso em ti;
Quando a solidão é pesada,
Quando a vida
Não é nada.
Fazes-me falta
Quando o sonho
Começa a ser impossível,
Quando cada minuto
É um gume
Que me corta
E desilude.
Faz-me falta
A tua calma e confiança,
A tua voz que minava
Esta revolta entranhada...


Hoje, resta-me recordar
Pois nem ervas daninhas nascem
Nessa pedra tumular!



E para não ser tão triste acedam ao meu outro blogue: http://www.naruadopinheiro.blogspot.com/



Um grande abraço!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Poema Erótico

 Poema Erótico de Drummond de Andrade




Satânico é meu pensamento a teu respeito, 
e ardente é o meu desejo
de apertar-te em minha mão, numa sede de
vingança incontestável pelo que me fizeste ontem.
A noite era quente e calma e eu estava em minha
cama, quando,
sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu
corpo sem roupa no
meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo
minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim
e mordeste-me sem escrúpulos. Até nos
mais íntimos lugares. Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia
ardente, mas em vão. Deixaste em meu corpo e no lençol
provas irrefutáveis do  que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo,
para na mesma cama te esperar. Quando
chegares, quero te agarrar com avidez e  força.
Quero-te apertar com todas as forças de minhas mãos.
Só descansarei quando vir sair o sangue
quente do teu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, mosquito
Filho da Puta! 


Um abraço 

terça-feira, 5 de julho de 2011

O Adeus

Hoje
Que me vou embora
O Largo ressuscita
De batas pretas.
Há fitas coloridas
Entre livros geniais.

Hoje
O Rio galgou o leito.
As ondas batem nas margens
Em turbilhão, violentas.
As árvores entregam-se
Ao desejo do vento
Que sopra assustador.

Hoje
Há ruídos espalhados
Pelas ruas tortuosas
Pelos becos e ladeiras.
E as pessoas, apressadas,
Acotovelam-se.

Hoje
No Penedo há raiva
E os murmúrios são gritos!

Hoje
Que me vou embora
A cidade transformou-se...
....Aos meus olhos!

                                  Eugénia Edviges

Um abraço.
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