domingo, 8 de maio de 2011

Em Jeito de Metáfora


Bateram à minha porta
Toc, toc, de mansinho
Como temendo ofender
Este meu isolamento.
E eu imóvel, a urdir
Pensamentos dilacerantes.
Não abro. Não apareço…
Será alguém que me traz
A árvore da minha infância
Só para me proteger
Daquilo que não esqueço?
Mas porquê tentar esconder
Sombras que são indeléveis?
Será alguém a querer
Do meu peito a amizade
Por vislumbrar nos meus olhos
O chamamento da alma?
Mas porquê bater à porta
Se tenho os braços abertos?
E será que há um motivo
Para alguém bater assim…?
…Devia ter ido abrir.
Quem sabe, talvez levasse
Os fantasmas do passado
Que moram dentro de mim!

                              Eugénia Edviges


Um abraço 

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