quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Poema

O mar-amante tomou-me
E nos meus cabelos ficaram
Cascatas de rimas.
Não notam?
Sou ave diáfana.
Sou ave planando
Entre folhas de um livro
Só meu.
Só meu porque ninguém o lerá.
Mas grito: Vejam, concebi!
Estou prenhe de versos!
...E o sonho surge atrofiado
Ante a multidão despercebida.

                                              Eugénia Edviges



Um grande abraço.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Problema

Pi será igual a tal...
Raíz quadrada de mil...
Protões, neutrões, electrões!
Tudo faz embaraçar!
E o coração a bater
E o coração a falar.

Je serais e tu seras...
Impulsão, átomo, força...
- Menina, responda lá:
O que entende por fenómeno?
("Seus beijos parecem brasas,
seus braços parecem asas...")
- Fenómeno!?...Talvez o sinta...
E o coração a bater
e o coração a gritar.

- No Presente e no Futuro
Conjuguem o verbo ter.
("Conjugar o verbo amar
Sei de cor e salteado")
E o coração a explicar
e o coração a sofrer

Títulos de crédito, Diário...
- Façam agora o Balanço!
("Ai, esses olhos que me embalam,
essas mãos que me afagam...")
- Balanço!? Como se faz?...
  ("Ai, que amor de rapaz...!)
Conta, Letras a Pagar...
E o coração a bater
E o coração a vibrar.

Hidrogénio, atmosfera,
Gôtas de ar, respiração.
("Nas nuvens já eu estou")
- Menina, preste atenção!
E o coração encantado
Por alguém que o encantou!

                                                     Eugénia Edviges



Um abraço apertado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

As Badaladas


Mote
Canta a Torre as badaladas
E eu sei bem porque razão
Quando batem as malvadas
Vibram no meu coração

Glosas
Este Largo tem encantos
Que não cabem nos meus versos
Vazios, nus e dispersos.
Nem nas palavras pelo vento
Segredadas
Quando as horas se anunciam e
Canta a Torre as badaladas.

É toque que acarinha
De modo doce e fremente
O peito da minha gente.
Que alimenta o seu sorriso
Como pão,
Que faz seu rosto brilhar…
E eu sei bem porque razão.

Há vida no seu cantar:
Os olhares furtivos do tardar
A conversa que ficou por acabar.
Vivências de outros tempos
Lembradas
E os amores são fugazes
Quando batem as malvadas.

Sentimentos indistintos…
Quero em poemas dizer
A força que nos dá o seu bater
Em rimas que ultrapassem
A razão.
Mostrar como as badaladas
Vibram no meu coração.

                                                      Eugénia Edviges




 Um grande abraço

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