quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Aquela Infância

Menina fui, de rendas e atavios
Onde embrenhava meus versos descontentes
gemidos breves, rimas escondidas
Nas dobras dos vestidos trnsparentes.

Menina fui no pensar e no agir,
Infância desigual e desditosa;
Quadras sem jeito feitas no regaço
E nos livros escolares searas de prosa

Menina fui testemunha atenta
de atritos, de revolta conjugal...
Nos cadernos confidentes quadras violadas
Pela água dos meus olhos, em caudal...!

Menina fui, rebelde e solitária.
Solidão que me envolveu e me formou,
Que fez dos meus versos saídos do peito
Farrapos da vida, que o tempo guardou!

                                                                  Eugénia Edviges



















Um grande abração!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

As Margens

Não quero chorar.
Não quero pensar.
Só quero sentir
Este rio com margens
Que não o comprimem;
Que o acarinham,
Que o engrandecem
De almas, a arte.
Sentir o corcunda
Fantasma
Que espreita
Rostos de culto,
Não devotos.
Sentir esta Torre
Envolvente,
Sempre presente.
Este ser e estar
Dependente.
Estas ruas sem fim,
Subjugadas a
Pináculos de catedrais!
…E esta chuva que cai
É delírio
Que provoca agitação
No silêncio...
Não quero chorar.
Não quero pensar.
E pelo que sou
Não quero ter pena.
Só quero sentir a cidade.
Só quero sentir
As margens do Sena.

Eugénia Edviges





Um abraço grandioso
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