sábado, 30 de abril de 2011

DIVAGAÇÃO


Sei amar sem revolta a solidão,
   Solidão onde me envolvo e me revejo,
Amo o sonho, a virtude, a emoção
E a candura extasiante de um desejo.


Amo a tarde que se esvai no sol poente
Amo esta vida que eu própria colori.
Amo o ciúme que todo o amor consente
E o tempo que passou…que não vivi.


Amo a ternura que distingo no olhar
Dos meus filhos, sementes-terra de amor
Amo mãos calosas, o vento no mar
E searas prenhes de pão e calor.


Amo as rimas que este meu peito traz
Que me prendem e que não posso conter,
Amo a força de vontade, o ser capaz
E a riqueza de ser mãe e ser mulher!

                                    Eugénia Edviges

Um abraço muito terno

sexta-feira, 29 de abril de 2011

SUGESTÃO


Este livrinho é um espetáculo! Trata-se de um livro que integra uma coleção da Arte Plural Edições e que se chama: "O Melhor de...". É ilustrado com aguarelas espantosas de Frédéric Duhamel. Os textos dispensam apresentações. Os outros livros que integram a coleção são:





O Instante Existe - Cecília Meireles
De Tormes ao Chiado - Eça de Queiroz
Presentes de um Poeta - Pablo Neruda
Palavras Essenciais - Paulo Coelho
Mensagens Para Sempre - Richard Bach
O Poeta Não Tem Fim - Vinicius de Morais

É uma coleção a não perder. Pela busca que fiz na Internet acho que a editora está a fazer reedições.

Este foi uma oferta que eu guardo com muito carinho. Mas irei comprar o resto da coleção.


Um grande abraço literário

CARINHO

Pela minha terra estendo o olhar...
Queria ficar
Com ela retida...
Retida no peito da minha ambição
De lhe dar a mão
Para toda a vida.
Vida que cresceu e sem o saber
Me moldou o ser
Me acalmou a dor.

É a minha terra!
São braços de avó,
São beijos de amor!

Pela minha terra, 
madrigal em flor,
Eu queria compor
Um verso imortal!
Imortal na voz, 
em tela pintada,
Em versos cantada
Pelas águas do rio.
Do rio que em Maio 
as margens invade,
Qual peito que arde
De pranto e de dor...

É a minha terra!
São braços de avó,
São beijos de amor!

              Eugénia Edviges

 








Um abraço como os das nossas avós.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

SOPRO

Para iniciar o blogue nada melhor do que um poema à minha terra, que é banhada de um lado pelo Rio Sorraia e do outro pela extensa Lezíria.



                                    
O meu rio é entremeio
Do lençol matizado do campo
Que o margina.
E afirma
Que há murmúrios tristes
Que vêm do passado.

O meu rio tem cantares
Monótonos, melodias
Dos dias
Eternos, que faziam esquecer
O sol longínquo da manhã.

O meu rio tem lamentos
De sexo dorido e fugaz.
E traz
À sombra dos freixos
Fantasmas de desejo.

O meu rio vibra de dores
Em corpos curvados,
Chamados
Pelo fruto vermelho
Do chão, a pulsar.

Mas, deste rio
Vem a aragem
Que cerra os meus olhos
Que afasta o meu chorar...!


Um abraço do tamanho do meu Rio


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