Canta a Torre as badaladas
E eu não sei qual a razão
Porque ao passar, as malvadas
Vibram no meu coração
Passa o Sorraia, anoitece
O Largo brilha ao luar
Olho o Calvário e parece
Que a cruz está a gritar.
Cubro o Parque de encantos
Nas noites que sei rimar
E penteio os seus recantos
Com um pente de luar.
A gente da minha terra
É cheia de devoção
Lamentos que o peito encerra
Em dia de procissão.
Por muito que entristeça
E o peito chore de dor
Foi este povo, com certeza
Que limou o meu valor
A minha terra é a margem
Desse Sorraia a correr
Choro a ver esta paisagem
Que um dia me viu nascer
Eugénia Edviges
Um abraço!
Sem comentários:
Enviar um comentário