Um poema ao Largo da "minha" Câmara, ponto de encontro durante 32 anos da minha vida.
Já se vê no Largo a rapaziada
Alegre e barulhenta, esperando as duas,
Como o riso é lema de conversa fiada
As graças com barbas, apelidam de suas.
Estudantes vistosas esperam a hora
De algum autocarro que as há-de levar
E os jovens da Câmara logo, sem demora,
Proferem palavras que as fazem corar.
Além um casal que quer imitar
O love platónico das fitas sem história
E um velho, sentado, de olhos no par
Revolve as entranhas da sua memória.
No café da esquina a bica já espreita.
Há risos sonoros, gracejos reditos,
Um olhar furtivo ao pulso se deita
Enquanto se contam mais uns mexericos.
E soam as duas na Torre imponente
Qual canto suave, querendo acordar
A gente no Largo, a calma aparente,
O rumor da tarde que vai começar.
Eugénia Edviges
Um abraço de amizade a todos os meus colegas camarários.