quarta-feira, 9 de maio de 2012

Palavras Dos Nossos Poetas





Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura.

Mário Cesariny, Poema


Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão ao leme da nau
Nesta deriva em que vou.
Miguel Torga, Livro de Horas



A poesia não vai à missa,
Não obedece ao sino da paróquia,
prefere atiçar os cães
às pernas de deus e dos cobradores
de impostos.

Eugénio de Andrade, A Poesia Não Vai






O amor não é uma saga cruel:
vejo-a a cuidar das plantas no jardim,
brincam as filhas com lápis e papel
e eu escrevo sossegado. é bom assim.

Vasco Graça Moura, O Melro de visita






Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti.

Alexandre O`Neill, Um Adeus Português






Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Manuel Alegre, Trova do Vento Que Passa




Um abraço

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