segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Olhar o Meu Rio




De olhar enternecido
Debruço-me na ponte
Do meu rio.
O vento traz-me ao ouvido
Cantares de outras vozes,
Do pulsar de outros corações.
Margens de aluvião
Que dão sustento
A este povo curvado
Sobre a terra, sobre o pão.
Lembrança que faz sentir
Amores e desenganos
De outros corpos envolvidos    
Nas árvores do seu encanto;
De outras mãos que lavavam
As vestes do seu penar;
De outros sonhos por cumprir.
Corre tranquilo para o Tejo
E os dois, abraçados,
Serão anulados pelo mar.
Aqui estou sem decidir
A rima que hei-de escrever
Para o enaltecer.
Ao meu rio
Não sei que nome lhe dar…


Eugénia Edviges




Um abraço

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