De olhar
enternecido
Debruço-me
na ponte
Do meu rio.
O vento
traz-me ao ouvido
Cantares de
outras vozes,
Do pulsar de outros corações.
Margens de
aluvião
Que dão
sustento
A este povo
curvado
Sobre a
terra, sobre o pão.
Lembrança
que faz sentir
Amores e
desenganos
De outros
corpos envolvidos
Nas árvores
do seu encanto;
De outras mãos que lavavam
As vestes
do seu penar;
De outros
sonhos por cumprir.
Corre tranquilo
para o Tejo
E os dois,
abraçados,
Serão anulados pelo mar.
Aqui estou sem decidir
A rima que hei-de escrever
Para o enaltecer.
Aqui estou sem decidir
A rima que hei-de escrever
Para o enaltecer.
Ao meu rio
Não sei que
nome lhe dar…
Eugénia Edviges