quinta-feira, 28 de abril de 2011

SOPRO

Para iniciar o blogue nada melhor do que um poema à minha terra, que é banhada de um lado pelo Rio Sorraia e do outro pela extensa Lezíria.



                                    
O meu rio é entremeio
Do lençol matizado do campo
Que o margina.
E afirma
Que há murmúrios tristes
Que vêm do passado.

O meu rio tem cantares
Monótonos, melodias
Dos dias
Eternos, que faziam esquecer
O sol longínquo da manhã.

O meu rio tem lamentos
De sexo dorido e fugaz.
E traz
À sombra dos freixos
Fantasmas de desejo.

O meu rio vibra de dores
Em corpos curvados,
Chamados
Pelo fruto vermelho
Do chão, a pulsar.

Mas, deste rio
Vem a aragem
Que cerra os meus olhos
Que afasta o meu chorar...!


Um abraço do tamanho do meu Rio


2 comentários:

  1. Querida Eugénia, desejo-te muitas felicidades e espero que continues a espalhar as tuas sementes não só pela Lezíria, mas por todo o lado que puderes e quiseres!
    Acolho e retribuo o abraço do tamanho do Rio :)

    Clarisse

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  2. Obrigada Clarisse. Umbeijinho muito grande para ti.

    ResponderEliminar

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